O bom submisso, ao contrário do que sua intuição pode dizer, não é uma pessoa que se submete totalmente. Pelo contrário, o bom sub sabe impor barreiras também. Quando você descobrir esse mundo e saber se entregar totalmente, vai descobrir um mundo novo de prazer.

Um bom sub é aquele que fala pro seu dom o que ele gosta que faça, o que ele está a fim de experimentar e o que ele não topa. Por motivos óbvios, é melhor falar isso antes do sexo ou da sessão. Um bom começo é falar do que você gosta especificamente: ser amarrado, tapas, humilhação, servir, tarefas domésticas, etc.

Se você deixar muito aberto, do tipo “eu gosto de ser sub”, vai mais confundir do que ajudar. Seu dom pode associar que você tem o senso comum de BDSM — que é bater durante o sexo, — ou ele vai tentar experimentar com coisas diferentes até achar aquilo que te agrada. Sim, um bom dom sente a obrigação de te dar prazer também.

Nas minhas conversas com pessoas inexperientes nas relações D/s, acham que o submisso não tem vontade alguma, e que o dom é quem faz tudo, inclusive decidindo o que será feito. Esse tipo de relação até existe e se chama Entrega Total de Poder (TPE), e ela é uma das que mais precisa de conversa. Contudo, nem todas precisam ser assim. E mesmo na TPE, as coisas são conversadas antes.

Enfim, vamos explorar agora como ser um bom sub.

Tudo começa com a negociação.

Um dos primeiros estágios da criação de um relacionamento D/s é a elaboração do contrato, que é designação de tudo vai que acontecer, práticas, limites, fetiches, e determinar a palavra de segurança. Bom entender que aqui você vai dizer tudo que está a fim, em dúvidas e o que não topa. Se for sua primeira vez, vai ter muito fetiche que você ficará em dúvida se topa ou não. Normal. Outros, você sabe logo de imediato que não tentaria. Aqui é uma oportunidade de o dom entender melhor seu lado sexual.

Durante esse período, é importante salientar que você ainda não é sub de ninguém, portanto, você não está à mercê de ninguém. Você tem voz e deve usá-la. A relação D/s é, sobretudo, para se prazerosa para ambos, entendendo que cada um tira prazer de uma forma diferente, mas elas têm que estar em sincronia.

Após toda a negociação, elabora-se o contrato, assinam e aí sim começa a relação. Agora você é sub.

Sendo um bom submisso.

Antes de chegar às tarefas de submissão envolve, você precisa entender o que é preciso para ser um bom submisso. A base da submissão inclui apenas entrar em uma brincadeira ou relacionamento com o qual você consente plenamente, ser honesto consigo mesmo e com seu parceiro, ter a mente aberta e cuidar de sua saúde mental e física.

Ser um bom submisso requer uma imensa dose de confiança. Caso contrário, como ou por que você entregaria o controle ao seu parceiro? Durante a brincadeira, é sua responsabilidade não apenas ouvir os comandos que lhe são dados, mas também utilizar sua palavra de segurança se a brincadeira atingir seus limites. Você também deve fornecer feedback sobre as sessões e tarefas.

Outra coisa: não existe um tipo de submisso. Você não deve tentar performar um jeito específico ou uma idealização. Apenas seja você, faça o que for acordado, e entenda como tirar melhor p razer da situação. Apesar de no munod de BDSM existirem diversas siglas e termos, eles servem mais para guiar do que controlar. No final, a relação sua com seu dom será única. E você pode inclusive ser um bom sub pra um, mas um mal sub para outro.

Ou seja, o bom submisso é aquele que acorda as regras, joga dentro do permitido e se entrega às sessões. Para ser um bom sub, você precisa ser capaz de olhar para dentro de si, entender o que pode gostar e não gostar, comunicar isso e deixar o dom fazer seu trabalho. Um sub pode inclusive pedir que seu dom faça certas coisas, sempre respeitando a hierarquia.

Como entender se seu dom é ruim.

Lembre-se: no BDSM, estamos buscando por sexo são, seguro e consensual. Dessa forma, um bom sub entende se o dom que está com ele é bom ou adequado. Se seu dom acha que ser submisso é se entregar completamente sem ter a fase de conversa e negociação, estamos falando provavelmente com um dom inexperiente — ou que acha que o jeito dele de dominar é o correto, não dando margem para outros tipos.

Você deve falar sobre suas preferências, palavra de segurança e necessidades. Um dom que não faça isso provavelmente já tem a moldura dele de ser dom e acha que você tem que se encaixar (e pior, se não tem conversa, não tem nem como você se encaixar). Um dom abusador vai também fazer você se sentir mal caso não compactue com tudo que ele quer. Isso é uma grande red flag.

Sinais de que seu dom pode ser um abusador:

  • Te pede coisas que coloquem sua saúde e bem-estar em risco: não usar medidas de proteção no sexo, causar cicatrizes na sua pele.
  • Te afasta de seus amigos e familiares.
  • Te dá tarefas ou te coloca em situações que possam prejudicar seu emprego.
  • Estimula o uso de drogas durante as sessões.
  • Te trata como inferior ou te humilha fora do contexto.

BDSM está muito longe de uma relação abusiva: é uma relação consensual no qual os dois têm igualmente prazer. Portanto, seu possível dom não deve te incentivar a ser submisso se você não se sente totalmente confortável. Ele pode te dizer pra explorar, mas sabendo que não deve impor.

Tá a fim de experimentar?

Eu criei um programa de iniciação ao mundo de submissão. Este programa tem duração de 3 meses com o foco em te guiar pros principais aspectos da relação D/s, desde a conversa, até a elaboração do contrato, e tarefas. Todas as sessões serão virtuais, para que você possa explorar a sua entrega e o prazer de uma forma segura e no seu controle. A relação que vamos explorar é de Mestre/servo, na qual eu te dou tarefas ao longo das semanas, que vão ficando cada vez mais complexas.


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